Depois que nosso motorista partiu em busca de ajuda, houve um pequeno silêncio entre os membros do passeio, e todos do lado de fora do carro, olhavam ao redor na esperança de encontrar algum tipo de ajuda. O nosso organizador do evento, Jackson, viu uma casinha ao longe, com uma estradinha aparentemente sendo uma pequena vila. Após sinalizar na estrada com o triângulo, ele nos disse que deveríamos nos separar e procurar ajuda. Um dos membros da equipe, Tiago, em um grito desesperado de pânico, disse que não deveríamos nos separar pois iríamos começar a morrer como nos filmes de terror e que logo iríamos ouvir a motosserra vindo em nossa direção e que então seria nosso fim.
As gargalhadas começaram. Jackson e Fabio foram andando pelo acostamento do asfalto até a casinha para pedir ajuda, enquanto o resto da turma, aguardavam no carro eles voltarem. Tiago sentado no último banco do carro com sua esposa, começou a dizer que eles não voltariam mais e que logo haveria uma mão ensaguentada batendo na janela traseira do carro, escorrendo sangue e manchando o vidro do carro. Quando fôssemos ver o que havia acontecido, haveria um dos colegas que foram pedir ajuda, caído morto atrás do carro. Acho que ele assiste muito filme de terror. E o tempo passava e nem sinal dos nossos colegas. Ouvíasse um silêncio profundo que era quebrado cada vez que passava um carro no asfalto. Alguns sentaram dentro do carro, outros ficavam conversando do lado de fora, e algumas meninas procuravam um "banheiro seguro" para poder aliviar a bexiga.
A conversa fluia solta... |
Após avisá-los da nossa necessidade urgente, retornamos a pequena vila e procuramos por um banheiro sem sucesso, o que nos obrigou a voltar a idade da pedra e relembrar o quanto é ruim para uma mulher não ter um bacio para sentar. Mas nem vou reclamar muito, porque como sou uma pessoa prevenida, pelo menos eu tinha alguns pedaços de papel higiênico na minha necessarie, o que diga-se de passagem, nos foi muito útil.
Aliviadas e novamente animadas, voltamos para nosso carro. O pessoal já estava ficando entediado porque já havia se passado um bom tempo sem termos notícias do motorista e nem a ajuda que tanto esperávamos havia aparecido. Novamente, alguns sentaram dentro do carro, outros foram mexer no motor do carro para tentar de alguma forma fazer um milagre, mas sem muito sucesso. Tiago então teve a idéia de subir em uma pedra gigantesca ao lado da estrada para ver se conseguia sinal de celular. Já em cima da pedra, fazia poses, caras e bocas que nós que estávamos olhando do chão, não parávamos mais de rir. Assim que descobriu que não haveria mais o que fazer, apenas aguardar, ele voltou para o carro e sentou-se indignado no banco traseiro, mordiscando uma maçã.
Tiago numa tentativa falha de achar um sinal.. |
Descendo indignado! |
Fabio tentando achar um banheiro |
Histórias e mais histórias |
Assim que nos arrumamos confortavelmente no carro, estaciona a van que iria nos levar até o centro de Urubici. Todos comemorando que agora estava tudo resolvido, descemos do carro que estava em cima do guincho, nos arrumamos na outra van e partimos até um posto de gasolina no centro de Urubici. Por ali ficamos esperando uma outra van que iria nos trazer até Timbó, sem mais pausas e trocas pelo caminho. Compramos uns lanchinhos e embarcamos no novo carro que nos aguardava do outro lado da rua. O motorista que nos levaria até em casa, deveria achar que era piloto de formula 1, pois não me lembro de andar tão rápido em um carro, desde que eu trabalhava no SAMU. O motorista conseguiu fazer em uma hora a menos o trajeto, de tanto que correu. Mas enfim, chegamos em casa vivos, quase perto da meia noite de domingo.
Apesar de todos os contratempos, a viagem foi maravilhosa e bem divertida. As pessoas não perderam o senso de humor, ninguém ficou chateado e o melhor de tudo, todos se divertiram muito. Esse foi um passeio que vai fica na história.
Até logo!