sábado, 10 de agosto de 2013

As Pessoas Precisam Falar!

Dia desses, eu estava pensando sobre como eu seria se eu tivesse estudado psicologia. A psicologia sempre foi algo que me atraiu, mas acredito que para ficar fechada em uma sala, ouvindo as pessoas falando todos os seus problemas, certamente eu não seria uma pessoa feliz. Na profissão que eu escolhi, acredito que somos também além de enfermeiros, um pouco de psicólogos. Ouvimos reclamações dia e noite, as pessoas nos procuram geralmente quando precisam de algum tipo de ajuda, e em muitos casos, apenas uma conversa, um pouco de atenção, um bom ouvido para a pessoa desabafar já resolve o problema. Acho que todos somos um pouco psicólogo, independente da profissão que escolhemos.

As pessoas precisam falar, precisam contar, desabafar aquilo que as incomoda. Ouço todos os dias, os mais variados tipos de problemas, desde a descoberta de uma nova doença, até aquela pessoa que chega ao posto de saúde, com a pressão altíssima porque discutiu com alguém. Nesses casos uma boa conversa, pode ajudar e muito a pessoa se acalmar e consequentemente a pressão estabilizar. Mas eu percebo no dia a dia um tipo de carência geral dos pacientes que nos procuram, a maioria gostaria de sentar e contar alguma coisa da sua vida. Quando eu posso e o meu tempo permite, eu gosto de escutar o que incomoda as pessoas, os seus tipos de problemas, porque sempre aprendemos alguma coisa  com aquilo.

Percebo então, que na verdade aquilo que eu acho que é um problema em minha vida, não se compara ao problema daquele paciente que após algumas lágrimas e um pouco de vergonha, revela algo realmente problemático. É nessas horas que eu vejo o quanto Deus foi generoso comigo. Essa necessidade que eu vejo na minha profissão das pessoas precisarem se expressar de alguma forma, de precisarem alguém que as ouça e as aconselhe, fez com que eu treinasse um pouquinho todos os dias, o meu lado ouvidor e aconselhador com meus pacientes.

Acredite, eu não dou conselhos que mudarão a vida das pessoas, mesmo porque eu também as vezes preciso deles, mas acredito que algum tipo de motivação, algumas palavras boas podem ajudar a clarear um pouco as coisas, ajudar de alguma forma. Você não precisa ser um psicólogo para conversar com alguém, ouvir um pouco e dar a sua sincera opinião. Sim, as minhas opiniões são sinceras, mesmo que as vezes um pouco fora daquilo que a pessoa gostaria de ouvir, mas eu tento fazer com que as pessoas que pedem a minha opinião, vejam os dois lados da moeda. Funciona com alguns pacientes que me fazem perguntas no posto.


Os psicólogos tem suas técnicas, seu modo de conversar, ouvir e decifrar as pessoas baseadas nos seus estudos científicos e acredito que seu trabalho ajude muito as pessoas que os procuram. Onde eu trabalho, também temos uma psicóloga que nos ajuda a resolver os problemas mais cabeludos, aqueles que uma simples opinião ou palavras bonitas não resolvem. Quando nos deparamos com um grande problema no meu local de trabalho, fico imaginando como seria se eu fosse a psicóloga, como eu resolveria a situação, enfim, como eu Flávia seria trabalhando como uma psicóloga.

Penso que com a tecnologia sempre inovando, a internet nos deixou um pouco mais solitários em relação a aproximação com as pessoas. A maioria prefere ficar em casa, atrás de um computador conversando com um amigo, do que ir pessoalmente na casa da pessoa, tomar um café enquanto conversa. Falta mesmo é o toque, o olhar, pegar na mão. Talvez por isso essa carência que mencionei acima, faça com que as pessoas precisem cada dia mais de pessoas que as ouçam, que lhes dê atenção, afinal, os tempos estão mudando e as pessoas perderam aqueles velhos costumes de visitar, de escrever cartas, de ter um contato cara a cara.


O mundo está ficando cada dia mais carente de gentilezas, de companhia, de atenção, de contato entre as pessoas.


Bom final de semana!









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