domingo, 29 de julho de 2012

Transtornos

Essa semana, depois de quinze dias de férias, voltei a rotina do trabalho e correrias. No começo dá aquela depressãozinha, mas com o passar dos dias, tudo volta ao normal. A semana foi bastante cansativa, comecei em um novo posto de saúde, cobrindo o afastamento de uma colega, e ainda estavam faltando mais três funcionárias, duas estão de férias...já viu a correria, né? Cheguei na sexta feira com as pernas e as costas em frangalhos. Na sexta a tarde, a pedido da minha coordenadora, participei de um encontro que teve aqui em Timbó, o Seminário Regional da Rede de Atenção Psicossocial dos Municípios. Esse seminário falava sobre pacientes com diversos tipos de trantornos e que frequentam o CAPS de cada região. CAPS (Centro de Apoio Psicossocial), onde pessoas que tem algum tipo de trantorno, são acompanhadas por uma equipe multiprofissional, que envolvem médicos, enfermeiros, psicólogos, técnicos em enfermagem, entre outros.

Uma coisa que me chamou muito a atenção nesse seminário, é a quantidade de pessoas que sofrem de algum tipo de transtorno, de quantas pessoas são acometidas de algum distúrbio, e ás vezes, nem sabem que o comportamento que elas tem, na verdade é uma doença. Pessoas que trabalham com esses pacientes, deram seus depoimentos e trocaram experiências de como é trabalhar com pessoas que no fundo, são considerados pela sociedade como loucos e perigosos, e que na verdade, estão doentes. Não escolhemos ficar doentes, como ter uma pneumonia, e eles também não escolhem ter algum tipo de trantorno.


Sempre que falamos em paciente que frequentam algum psicólogo ou principalmente psiquiatra, já vem na nossa mente que são paciente com algum tipo de loucura. Não é bem assim. Alguns trantornos aparecem depois de um grande choque na infãncia, algum tipo de abuso, algum fator marcante que mudou completamente o jeito dessa pessoa encarar o mundo. Alguns perdem a confiança em tudo, tem medo de ser abandonado, e vivem constantemente tentando chamar nossa atenção para o seu sofrimento. Essas pessoa podem tornar-se indivíduos agressivos, dependentes de algum tipo de drogas, o que piora ainda mais a situação, aos nossos olhos pessoas estranhas, com todo o tipo de negativismo, fúria e com baixa auto-estima. Não esqueçamos que são pessoas doentes e que precisam de nossa atenção e de tratamento, assim como qualquer doença.

No curso, uma médica fez uma palestra muito explicativa sobre os quatro principais quadros, que para ela, são considerados mais graves. São eles: Paciente suicida, violento, em surto psicótico e paciente em abstinência (álcool ou drogas). Ela nos falou sobre algumas experiências na sua clínica, nos deu dicas muito importantes de como lidar com cada um desses pacientes, o que podemos fazer, o que não. Nada é feito, nenhum tipo de tratamento funciona com um paciente assim, se você não tiver a confiança dele. Durante o tratamento também é muito importante o apoio e ajuda da família desse paciente, para que o tratamento seja eficaz. Contar com a ajuda da família (que não esteja doente também), é de grande ajuda na recuperação de pessoas com algum tipo de trantorno, favorecendo assim a volta dessa pessoa, no convívio social.

Em resumo, apesar da minha semana ter sido bastante tumultuada, valeu a pena passar a chuvosa tarde de sexta-feira, aumentando meus conhecimentos sobre esse assunto.

Bom domingo!




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