sábado, 7 de abril de 2012

Quinze anos!

Esse mês, especificamente dia três de abril, eu completo quinze anos de profissão. Faço uma rápida retrospectiva na minha cabeça e fico lembrando alguns dos bons momentos que passei, nessa "carreira" que escolhi seguir, e me vem um sorriso bobo no rosto. A parte triste é difícil lembrar com um sorriso, mas ela faz parte do show. Se eu disser que desde o começo foi fácil, que gostei do que eu vi nos primeiros dias de estágio, eu estaria mentindo descaradamente. Mas mesmo assim, hoje eu estou aqui, quinze anos depois, dizendo o quanto foi bom seguir meus instintos.

Ao mesmo tempo que olho para mim hoje com orgulho, sinto-me uma pessoa de sorte por ter escolhido uma profissão tão bonita e que em pouco tempo aprendi a amar. Lembro-me da minha mãe, chegando nas manhãs frias de inverno em casa, após doze horas de plantão noturno, vestida de branco, com um sorriso no rosto, e pronta para mais um dia de luta. Ela sempre teve dupla jornada de trabalho, ás vezes, até três, mas em nenhum momento eu ouvi ela reclamando que não gostava do que fazia. Era esse exemplo de amor a profissão que eu queria ter, quando escolhesse a minha.


Quando comecei meu curso de enfermagem, não foi nem uma nem duas vezes que voltei para casa chorando e dizendo para minha mãe que estava difícil. Minha mãe sempre foi uma pessoa muito sincera e direta e me dizia que se eu não iria aguentar o "tranco", deveria dar minha vaga para quem realmente gostava e queria aprender. Passei por uns maus bocados, situações traumáticas e de sofrimento desumano. Com isso, descobri que enfermagem não é uma profissão que você vai gostar desde o começo, muito pelo contrário, como já falei, quis desistir muitas vezes. Você aprende a gostar no dia a dia, trabalhando com o sofrimento das pessoas e ajudando-as no melhor que você puder. Você vai aprender a amá-la com o tempo, e quanto mais ele passar, mas dependente você ficará. É assim que funciona.

Hoje penso que não poderia ter escolhido melhor profissão. Tem dias que são difíceis, que você quer largar tudo porque não acha justo uma pessoa sofrer tanto, e você só quer distância das notícias ruins. Bem, alguém vai ter que ajudá-las a superar a fase difícil, e é aí que eu entro fazendo a diferença na vida de alguém. Amenizando a dor, conversando, orientando e tentando tornar a vivência dessa pessoa um pouco melhor. Essa sensação de poder ajudar alguém a melhorar, não tem dinheiro que pague, e acredito que você não vai sentir essa gratidão em outra profissão. Entendeu por que me sinto tão sortuda?

Obrigada a todos que de alguma forma me ajudaram a chegar até aqui, que me incentivaram, me pediram para desistir (me motivando mais ainda, né mãe?), e me estenderam a mão quando fui eu que precisei de ajuda. Tenho orgulho de dizer que passaram-se quinze anos, e que o amor que tenho pela minha profissão, com certeza é igual aquele que a minha mãe demostrava, toda vez que chegava em casa, após mais um dia de trabalho.

Vocês não sabem a diferença que fizeram na minha vida...

; )

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