quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Uma manhã diferente

Eram aproximadamente sete horas da manhã, quando ouvimos os primeiros gritos. Eu e meu marido nos entreolhamos e corremos para a janela ver o que acontecia na até então, tranquila manhã de quarta feira. A mais ou menos três casas da nossa, um cidadão gritava do portão da sua casa, para a casa que está em construção no outro lado da rua. Palavras de baixo calão e chamadas para provar a masculinidade no meio da rua não faltaram. E assim, os vizinhos apareceram abrindo portas e janelas, e junto conosco, começaram a assistir a encenação da revolta daquele homem, que até então chamava todos os pedreiros da casa da frente, para "o pau". Apesar do protagonista gritar todas as palavras, de onde nós estávamos ficava difícil entender o que estava acontecendo, e a única coisa que chegava até nossos ouvidos eram palavras pronunciados a plenos pulmões:

- " Vem aqui se tu é homi!!!"
- " Seu filho da puta, vagabundo!!!"

Enquanto ele gritava essas palavras, uma mulher mirradinha, estava na sua frente, com as mãos no peito do machão, pedindo para ele parar, aliás, tentando impedi-lo de cruzar a rua e cometer uma carnificina. Na real, se o machão quisesse empurrá-la de lado e partir pro "vamo vê", com o mínimo de força, ele conseguiria fazê-lo, sem pestanejar. Mas sabemos como são os machões, sempre ficam gritando por trás de alguém, fingindo que esse alguém o está segurando. Se o cara realmente quisesse partir para a porrada, ele com certeza teria ido, com ou sem aquela pequena mulher na frente para atrapalhá-lo.


Huahuahuahauhauhauau!

Eram quase oito da manhã e o cara continuava seu show, quando então surgiram duas viaturas da polícia, e o cidadão começou a se explicar. Nesse horário, eu e meu marido estávamos saindo para o trabalho, e quando passamos na frente da casa, lá estava ele falando para a policia se era só ele que estava vendo as coisas erradas. Do outro lado da rua, na dita construção, todos os pedreiros sentados em cima de tijolos, em círculo, discutiam o acontecido, tomando seu copinho de café, na maior tranquilidade.

Uma das viaturas, estava parada na frente da casa do machão, com dois policiais coletando os dados, rodeados de vizinhos curiosos que tentavam entender o que estava acontecendo. Um pouquinho mais a frente, outra viatura aguardava o desfecho da situação, ou algum engraçadinho que tentasse fugir da situação. No final da tarde, quando passamos na frente da casa, estava tudo na mais profunda paz, mas o que aconteceu ali hoje de manhã, para nós continua sendo um mistério. Penso que nesse tipo de situação, quanto menos a gente souber ou se envolver, melhor para nós. Mas não é todo dia que você acorda com um show acontecendo ao vivo e a cores, praticamente na porta de sua casa, então a única coisa a fazer, é curtir a apresentação, bem quietinhos no nosso canto.

Espero que os ânimos se acalmem amanhã de manhã!

Até mais!

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